{Runo Pov’s}
Alice, meu Deus! Eu não acredito que o Lync fez aquilo com você! Mas era de se esperar; eu já não confiava nele desde que coloquei os olhos naquele sorrisinho de galanteador meia boca! Como ele teve a coragem de ler as informações que você deu pro seu avô e ainda contar para seu tio cientista?! Foi só o vovô virar as costas e você sair correndo e ele copiou os dados. Por isso o trabalho dele de garçom particular pra cima de você!
E se quer mesmo saber Salima, tome cuidado, porque eu também acho estranho o Ray dando em cima de você! Não que tenha alguma coisa errada contigo... É só que eu acho muito suspeito essa pilha de homens dando em cima das três. Sim, das três! Também estou falando de você Hilary! Você mesma disse que achava muito suspeito um cara como aquele Tyson aparecer com o carro todo quebrado na porta da sua casa no meio da noite!
Se quiserem mesmo saber, nada relacionado com esses doidos até agora eu achei normal!... E NÃO É INVEJA, JULIE! Você começou a sair com o Billy e se esqueceu da gente! Sem falar que a Melissa fez a mesma coisa!... Eu tô falando sério! Pensem o seguinte: nós estávamos sempre juntas. Desde que a gente resolveu compartilhar essa agenda, “eles” têm aparecido um atrás do outro! Podem ver; parece macumba, ou sei lá!...
Julie começou seu namoro com o Billy, Melissa já está saindo em encontros, a Salima se encontrou com Ray no restaurante dele e Hilary com o Tyson, misteriosamente, três vezes seguidas. E a Alice foi o aviso: Lync a traiu! Quem garante que esses encontros misteriosos não são programados? É sim, vocês sabem do que eu estou falando! Todos os caras em questão têm uma coisa em comum que ninguém aqui pode negar... Eles conhecem o misterioso Max!
Billy já tinha o encontrado porque comia há tempos no restaurante do avô do Ray e ele o apresentou numa quarta-feira. Do mesmo jeito, Lync o conheceu pelo Ray na quarta. Mas qual é a do cara afinal? Por que ele nunca aparece? Eu tive oportunidade de conversar sozinha com a Meli no nosso dia de compras, quando a Alice não pode ir por causa do trabalho, e ela me contou que ele não aparece porque, estranhamente, tem sempre algum compromisso.
Ela não sabe o que é e ele também não conta. A Alice foi muito boazinha em confiar neles, mas ela mesma concordou que a nossa vida virou de pernas para o ar depois de conhecê-los! Não é normal a gente se encontrar com um cara atrás do outro depois de reclamarmos um dia desses que nós íamos continuar solteiras no Natal deste ano, mas como sempre isso nem nos incomodou, porque estamos sempre juntas...! Agora eu não sei mais! O que querem que eu diga?
Estou me sentindo sozinha, mas ainda não virei uma paranoica! Tá certo, talvez eu esteja exagerando a situação, só que... Ah garotas, qual é, concordem comigo que nós não somos mais as mesmas! Julie e Melissa não param de falar em Billy e Max (tá certo que vocês já gostavam de fazer fofoca muito antes, mas mesmo assim ¬¬), a Salima está mais tímida que o normal e comendo demais (acho que todas sabem que ela não pára de frequentar aquele restaurante)...
É Hilary, eu lembro que Alice disse que quando menos esperássemos o cara certo ia vir...! E você lembra o estado em que ela está agora? Disse que perdoou o Lync, mas quase não atende os nossos telefonemas, tá muito mais magra e cheia de olheiras de preocupação por causa do seu avô, que agora se trancou de vez no laboratório e nem liga mais pra ela, tentando reaver aquele emprego mostrando como as suas pesquisas evoluíram!... Isso por acaso parece justo?
Nós estamos todas preocupadas, e a Alice mesma disse que gostava de nos ver juntas. Pro nosso próprio bem, e pro dela também, eu acho que nós devemos passar mais tempo juntas, como antes, e Hilary... Vamos parar de competir atrás de namorado por enquanto, ok?! Depois de um tempo unidas como antes, eu tenho certeza que vamos voltar a ser como éramos! E não tô dizendo que nenhum desses caras presta, mas vamos combinar, não é?!...
Amigas, amigas... Garotos a parte! Então, vamos respeitar as prioridades! Agora, sobre a minha semana... Ainda estou escrevendo muito cedo pra dizer que alguma coisa aconteceu. Eu só queria desabafar mesmo. Se tiver uma notícia eu volto a escrever, tá?!
Ok, não me critiquem quando lerem o que eu vou escrever agora! Ele não é inocente e eu também não sou uma pervertida!... E foi só uma vez!... PODEM PARAR DE IMAGINAR AS COISAS PERVERTIDAS QUE EU SEI QUE ESTÃO PENSANDO, JULIE E MELISSA!... Ai, tudo bem, eu vou contar!... Eu me encontrei com o Dan... Daniel! Eu me encontrei com ele (e pra quem estiver em dúvida, é o amigo do Tyson. - -‘ “Dan” é uma versão curta de Daniel.).
Não foi um encontro como estão pensando, era mais um esbarrão mesmo! E eu vou dizer o motivo... Literalmente, quando eu estava saindo da minha loja de roupas preferida depois de comprar tecidos novos, nós trombamos um contra o outro enquanto ele estava de cabeça baixa. Eu fiquei indignada, é claro! Vou descrever com as falas (uu lembrando que eu não sou muita boa escrevendo diálogos, então não me julguem!):
Runo: Ai! Olha por onde anda! – Eu ainda estava sentada quando gritei com ele.
Daniel: Desculpe, eu tava distraído. – Assim que ele abriu os olhos, o olhar foi parar logo embaixo (detalhe que eu tava de perna aberta e de saia) – A sua... A sua calcinha tá aparecendo.
Gente... Vocês não fazem ideia do escândalo que eu dei! Quem estava por perto deve ter levado um tremendo susto! Aí chegou um homem atrás do outro querendo saber o que houve ao mesmo tempo em que eu me levantei segurando a saia (nessas horas vem corrente de vento do nada!). Parecia que todos eles queriam bater no Daniel por ter me derrubado e averiguado a cor da minha calcinha (¬¬ deviam era estar com inveja por não terem visto no lugar dele).
Runo: SEU TARADO! – Eu não tava mais me importando com quem estava olhando.
Daniel: Ei, não exagera, foi você que abriu as pernas! – Aí que eu fiquei **** da vida com ele mesmo – Não, espera, não foi isso que eu quis dizer! – (sim santa ignorância, mas disse! òó).
- Senhorita, está tudo bem? – O homem (gay) que me atendeu na loja veio me acudir.
Daniel: Tá tudo bem sim, não precisa se preocupar! – Era hilário ver a cena do hétero SE defendendo e o gay ME defendendo – Olha moça, me desculpe! Se quiser, eu te pago uma...
Runo: E você acha que me comprando alguma coisa vai compensar essa vergonha?
Daniel: Não sou eu que estou fazendo escândalo. – Ele deu um sorriso, que me bateu uma vontade de quebrar a sua cara.
Runo: Olha aqui seu...! – Eu não tive tempo de terminar a fala, porque um menininho, de mais ou menos cinco ou seis anos apareceu do nada.
- Oi tio! – Ele abriu um sorriso doce – O que cê tá fazendo aqui?
- Tio, o que você tá fazendo? – Outro apareceu ao lado dele e uma senhora logo atrás; era a mãe – Quem é essa moça bonita?
Daniel: Ah... – Aí o babaca me lançou um olhar suplicante pra interromper a briga... Não pude negar. Eu entalei as palavras na garganta, me recompus e sorri forçadamente.
Runo: Desculpe. Eu também estava um pouco distraída, então eu já vou indo!
Eu praticamente saí correndo, sem olhar pra trás e já com as sacolas em mãos depois que o senhor gay me ajudou a pegá-las do chão. A minha casa não estava longe, e eu cheguei quase voando, passando pelo pobre síndico, que me cumprimentou, sem olhar na cara dele, apesar de ter respondido o “bom dia”. O meu apartamento estava uma bagunça, então eu resolvi passar o dia inteiro arrumando tudo, só pra ver se eu esquecia a vontade de estrangular aquele Daniel!
Agora ele tá limpinho, e, realmente, a minha vontade de mata-lo passou, mas eu ainda me empolgo com a ideia de acertar os meus sapatos italianos de couro legítimo no meio daquele seu nariz empinado! Foi então que eu percebi que não estava com eles! Tinha perdido meus lindos e maravilhosos sapatos e a oportunidade de garantir acertar o salto agulha bem na testa dele. Sim, eu entrei em desespero! E como eu sabia que tinha trombado com Daniel?
Simples... Ele veio bater na porta do meu apartamento uma hora atrás. Pra quê? Veio me devolver os meus sapatos, é claro! Não, sério, imaginem a cena:
Runo: Você de novo? Quem te disse que podia invadir o meu apartamento? Melhor ainda: quem disse onde eu morava? – Eu parei de falar quando ele adiantou um passo.
Daniel: Eu de novo sim. Primeiro que eu não estou invadindo, e quem me disse onde você morava foi aquele seu amigo gay. Acho que ele gostou de mim... – Foi o único momento onde nós pensamos em rir – O seu síndico me deixou subir quando eu disse que era o seu namorado.
Runo: Você disse pro seu Omar (foi o primeiro nome que me veio à cabeça) o que?
Daniel: Quê que tem? Eu já vi a cor da sua calcinha mesmo. – Ele olhou para o lado e já tapou a boca, só querendo rir, o cretino!
Runo: Diz logo, quê que cê quer heim?! – Eu tava pronta pra bater a porta na cara dele.
Daniel – Que nervosinha!... – Quando eu ia fechar a porta, ele me entregou uma sacola – Você esqueceu no chão quando saiu correndo. – Eu peguei e olhei dentro; eram meus sapatos!
Runo: Ah... – Eu ainda pensei duas vezes, mas... Tinha que agradecer – Obrigada!
Daniel: Quem diria que você era delicada...! – Ele riu, deu meia volta e saiu descendo as escadas. Cara, eu não me controlei! Peguei a caixa com os sapatos, abri e joguei o salto direito nele. Digo mais: acertou bem na cabeça dele!
Runo: Isso é o que você ganha por ficar me provocando! – Eu gritei, e pouco ligava se eu tinha acordado os vizinhos, porque já tá de noite! Eu entrei e bati a porta com força. Uns cinco segundos depois ele tocou a campainha de novo e eu abri morrendo de raiva.
Daniel – Qual é o nome da Cinderela? – Ele tava com meu sapato nas mãos e sorria feito um idiota. Eu tomei o sapato e ia bater a porta de novo, mas ele impediu com o pé – Só um nome, aí eu vou embora! – Não sei por que ele se importou em saber meu nome, mas eu disse.
Runo: Runo Misaki. – Eu falei entre a fresta da porta – Agora vai embora!
Daniel: Não quer saber o meu nome? – Olhei com desdém pra ele, mas o cara fez foi rir – Eu sou o Daniel Kuso. – Não me passou pela cabeça na hora que ele podia ser amigo daquele tal de Tyson. Eu só lembrei na hora em que peguei o diário e reli o que a Hilary escreveu – Tchau!
Agora eu tô aqui, irritada e escrevendo. Eu avisei que nenhum deles prestava! Tá bom... É ruim generalizar... Então eu digo que Daniel Kuso não presta! Como é que você teve coragem de dizer que ele era lindo, Hilary? Tá, ele é bonitinho... Ok, muito lindo!... É UM DEUS, TÁ?! JÁ CHEGA, PAREM DE ME TORTURAR!... Só estou dizendo que ele tem o mesmo dom do Tyson: ser irritante! (Vamos todas admitir: ele é irritante! uu).
Agora eu preciso de um bom chocolate quente e depois eu vou assistir a um filme até mais tarde. Já que não tenho recebido muitas encomendas e é sexta-feira à noite, ainda me sobram os doces e as comédias românticas que fico assistindo sozinha... Se bem que tô mais pra Titanic...
Esta agenda tá amaldiçoada! É sério meninas! Olha só, aconteceu comigo duas coisas hoje, agora pela tarde. É sábado, né?! Pois é... Bom, vocês sabem que eu costumo fazer desenhos dos novos modelos de roupas que me vem à mente neste dia. Então... Eu tava comendo um pastel de carne enorme e me lambuzando toda de fígado. Nem comecem a deixar recadinhos embaixo da palavra “fígado” só porque acham nojento eu gostar disso! Bom...
Quando eu terminei os desenhos novos, guardei tudo na pasta e fui terminar de comer o pastel, mas aí eu vi que ele tinha sumido. Quando olhei pela janela, vi que um gato ladrão tinha me roubado. Sim, aquele gato da vizinha!... O safado levou o pastel e com ele todo o restante da carne. Eu ainda estava com fome, então resolvi sair para o supermercado, pra comprar mais um pouco de fígado e fazer meus espetinhos. Adivinhem meninas, quem tava lá no supermercado.
Opções... Número um: Brad Pitt. Número dois: minha ex-professora de escola, a com voz de taquara rachada. Número três: Daniel Kuso. Ganhou quem disse Daniel Kuso! Ele tava logo na sessão de congelados, atrás de carne também. Foi quando eu o vi pegando lombo. Eu cheguei perto bem devagar, mas ele acabou notando a minha presença quando ia saindo com o fígado.
Daniel: Runo! – Eu paralisei e dei meia volta e um meio sorriso – Nossa, que séria! O que foi? Acordou de mau humor?
Runo: Pra falar a verdade não, mas fiquei de mau humor depois que o gato ladrão de uma vizinha minha roubou o meu pastel de carne! Então eu vim comprar mais. – ele olhou para o fígado na minha mão e sorriu.
Daniel: Eu não tô fazendo nada agora. Vim pegar um pouco de lombo pra comer. Quer ir até a minha casa para preparar alguma coisa?
Runo: E por que acha que eu vou contigo?
Daniel: Você ainda tá chateada pelo que aconteceu ontem? Eu já pedi desculpas!
Runo: Não tem problema, eu já me esqueci disso...! Mas não acho uma boa ideia...
Daniel: Você acha que eu vou te atacar por acaso?
Runo: Você não vai? – Admito: eu fiquei um pouco decepcionada...
Daniel: Eu não sabia que você queria que eu te atacasse!
Runo: Eu não quero! Tá louco? – De fato, eu queria... Tava na seca eterna!
Daniel: Então não tem problema! Eu só perguntei se você queria ir à minha casa.
Runo: Pra cozinhar? – Ele acenou com a cabeça – Então você quer me fazer de empregada?
Daniel: Que empregada o que?! Ficou doida! Eu te chamei pra me fazer companhia! Você é legal, mesmo tendo batido em mim com o seu sapato, e eu achei que nós podíamos ser amigos.
Runo: Um... – Eu fingi não estar interessada – E cadê a sua namorada agora?
Daniel: Que namorada? – Ele me olhou confuso – Eu não tenho namorada!
Runo: Não tem é? – Ele negou com a cabeça e sorriu; deve ter me visto ficar corada – Tá legal, eu vou. Mas só porque não tenho nada melhor pra fazer!
Daniel: Pode ser agora? – Eu confirmei e nós rumamos para o apartamento dele.
Por favor, as escandalosas aí lendo não comecem! Embora eu quisesse ser abraçada pelo cara certo, ainda sim não precisava ser ele... Mas o problema é que foi!... Ai, eu já imagino a cara de todo mundo agora!... Tá bom... Vou explicar tudo! Quando a gente chegou ao prédio do Daniel, que por sinal é bem perto do meu e tem uma síndica atraente, ele usou a chave e entrou. O apartamento não estava tão bagunçado quanto eu imaginei que estivesse, mas ainda estava!
Feliz da vida, eu comecei a preparar meus espetinhos de fígado, o que não agradou muito o Daniel, já que ele estava fazendo lombo e não gosta desse tipo de carne. Eu também não gosto de lombo e nem por isso reclamei!... Quando nós nos fartamos de comer as nossas respectivas carnes, assistindo um filme qualquer de comédia que estava passando na televisão, a gente já tava rindo de alguma coisa e sem querer eu fiz besteira. O molho do meu fígado caiu nele.
Foi segurando o prato; eu ri demais e tropecei no tapete! Não era proposital, eu juro!... Mas fiquei feliz por ter acontecido!... Por quê?
Daniel: Não tem problema Runo, sério! – Ele ria e foi quando, de repente, tirou a blusa.
Runo: Daniel! – Eu me virei e tapei os olhos com as mãos, embora a visão tenha sido boa – Seu atrevido! Como pode tirar as roupas na frente de uma dama!
Daniel: Corta essa Runo! Você não é uma dama!
Runo: O que disse? – Eu virei indignada e dei de cara com o peitoral dele, já que ele tava bem perto de mim, então fiquei sem reação, e ainda mais quando ele me abraçou do nada.
Daniel: Você pode não se lembrar, mas nós já nos vimos antes Runo.
Runo: O que? – Eu estava meio ocupada pra prestar atenção – Onde?
Daniel: Quando nós éramos crianças. Eu estava brincando com os meus amigos na frente de casa, de um jogo chamado Bakugan, você não deve ter ouvido falar...
Runo: Bakugan? – Eu só consegui prestar atenção e olhar nos olhos dele nessa hora – Já! Eu já ouvi falar porque eu jogava quando era mais nova!
Daniel: Verdade? – Ele riu e eu ri junto – O Lync tem o dele guardado até hoje!
Runo: O Bakugan dele? – Daniel fez que sim com a cabeça. Pra quem não sabe, Bakugan é aquele brinquedo que o Lync usou pra distrair os guardas quando vocês foram ao laboratório do seu avô Alice – Mas de onde você conhece o Lync? – eu me afastei dele.
Daniel: É o que eu ia te dizer, mas... – Ele coçou a cabeça – Sabe, quando eu tava jogando com os meus amigos naquela época, o Lync era um deles. – Sim, eu tomei um susto, e ele ficou sério de repente – Nós nos vimos pela primeira vez quando uns garotos estavam te perturbando e eu e o Lync batemos neles. Cê lembra? Foi no parque! – Eu tive um flash back rápido e veio à minha mente o dia em que dois garotinhos me salvaram de dois valentões que queriam brincar comigo, mas eu não queria – Olha... Eu sei que vocês estão com raiva dele porque ele entregou o trabalho do avô da sua amiga para o tio, mas eu quero que saibam que o Lync não teve escolha!
Runo: Como é? – Foi outro susto – Então você já sabia quem eu era? Sabia de tudo?
Daniel: Sim, porque o Tyson me contou que a Hilary tinha dito que a sua amiga, essa tal de Alice, estava triste pelo que aconteceu. Ela contou pra ele que você era quem mais suspeitava de todos e eu quis conversar contigo. Ficou mais fácil quando eu soube quem você era pra mim.
Runo: E como descobriu? – Ele tirou uma foto minha do bolso da calça.
Daniel: A Hilary me mostrou uma foto sua e eu te reconheci. – Nota mental Hilary: eu vou te matar – O Lync não fez aquilo por querer. O tio dele o ameaçou!
Runo: O que? – Eu não parei de levar susto enquanto falava com ele – Como?
Daniel: O tio dele é terrível! Ele disse que se o Lync não quisesse ver a Alice machucada, teria que entregar o trabalho do avô dela pra ele!
Runo: Ele ameaçou a Alice?... E como o tio dele sabia dela?
Daniel: O Ray disse que assim que o Lync prometeu levar a Alice pra ver o avô dela, o tio dele ligou e o mandou fazer isso. Pelo visto, esse cara suspeitava que sua amiga tava ajudando o avô dela e, por coincidência, ele escolheu logo esse dia pra mandar o Lync levar ela até lá!
Runo: Você também conhece o Ray? – Eu ri como doida – Por causa dessas coincidências eu desconfiei! – Aquela altura do campeonato, eu já estava longe dele – Você tem que admitir que essas coisas acontecendo todas ao mesmo tempo... A Salima conheceu o Ray, que conhecia o Lync, e ele é um amigo de infância seu. Você trabalha com o Tyson, ele é amigo do Ray e do Lync, assim como você, e Billy os conheceu quando foi ao restaurante chinês numa quarta-feira. Curiosamente – Eu pus aspas com as mãos -, todos vocês também devem conhecer o namorado da Melissa, o misterioso Max, não é?! – Ele ficou calado – Por que acha que eu não ia suspeitar?
Daniel: Mas nada disso foi premeditado! – Ele pausou – Ou talvez tenha sido!
Runo: Está querendo dizer que o DESTINO determinou que nós todos nos víssemos?
Daniel: Por que não? Se você quer acreditar em alguma coisa, acredite nisso!
Runo: Espera aí!... Se o Lync foi obrigado a fazer isso e o tio dele disse que machucaria a Alice se ele não o obedecesse, quer dizer que o cara usou a nossa amiga como chantagem?
Daniel: Porque o Lync gosta dela. – Ele finalizou na maior tranquilidade.
Isso ele e o Tyson têm em comum também Hilary: não controlam a boca! Eu fiquei toda me tremendo quando ele disse isso... Olha, acompanhem comigo! Lync e Daniel eram amigos de infância, e como o Dan trabalha com o Tyson, ele os apresentou. O Lync já trabalha com o Ray, então Tyson e Daniel o conheceram assim. Já o Billy se encontrou com todos por acaso mesmo, por frequentar o restaurante. Quem conhece um, conhece todos...
E se todos eles conhecem o Max, é porque toda quarta-feira ele vai comer o macarrão com queijo no restaurante. Então... Antes de tudo, me desculpem por arranjar confusão gente! Eu já tava procurando chifre na cabeça de piolho e não tinha nada de mais a relação de vocês com eles. Sinto muito por ser tão desconfiada... Acho que estou mesmo é com ciúme!
Runo: Então o Lync gosta da Alice... – Lembre-se disso Alice – Mas só gosta?
Daniel: Eles ainda estavam se conhecendo quando aconteceu isso, mas se ele preferiu trair ela a ter que arriscar machuca-la, eu acho que isso quer dizer alguma coisa. – Ele sentou junto comigo no sofá – Mas o Ray disse que ele está bem nervoso ultimamente.
Runo: Que horror! – Eu murmurei – Eu fui tão injusta com ele... Não sabia pelo que ele estava passando e saí julgando sem mais nem menos...
Daniel: Você só estava protegendo suas amigas. Todos vão entender.
Runo: Mesmo assim, eu quero pedir desculpas pessoalmente ao Lync. Especialmente, por ele ter me salvado daqueles valentões quando criança... Quer dizer, ele e você!
Daniel: Quem mais bateu neles foi o Lync. – Nós rimos.
Runo: Obrigada Daniel. – Ele sorriu de um jeito bobo, coçando a cabeça.
Daniel: Ah, por favor, me chama só de Dan! Daniel é muito comprido e isso me lembra a minha mãe, que só me chamava pelo nome todo quando queria brigar comigo! – Nós rimos.
Runo: Tudo bem então, vai ser Dan. – Eu levantei a mão – A gente pode começar de novo?
Daniel: Claro! – Ele esticou a mão também – Daniel, mas pode me chamar de Dan.
Runo: Runo. – Eu ri, apertando sua mão – Então... Quando você vai vestir uma camisa?
Daniel: Ah! – Ele finalmente se tocou que estava despido da cintura pra cima e levantou rápido do sofá – Desculpe! Eu vou me trocar!
Runo: Eu espero! – Ri e ele correu para o banheiro. Um tempo depois voltou – E agora?
Daniel: Sei lá! Quer sair pra algum lugar? Vamos pegar um cinema!
Duas coisas que me aconteceram hoje: um gato roubou meu pastel e outro me pagou um!
Eu sei que esta já é a minha última página e que tá perto do final, mas eu precisava dizer uma coisa pra vocês meninas! O Dan e eu nos beijamos! É sim, nem eu acredito! Seguinte... Já é domingo à noite, mas eu dormi até mais tarde hoje, cansada da última encomenda de roupas que me fizeram. Quando acordei, Dan estava abrindo as cortinas para me acordar, porque ia me levar pra almoçar fora. Como eu não quis abrir os olhos, ele largou as cortinas e pulou na cama.
Ainda com o quarto meio escuro, eu abri os olhos assustada e o vi em cima de mim, me olhando fixamente. Não deu pra resistir! Eu o beijei assim que deu sinal verde. Foi tão bom! Ele me deixa louca, confesso, mas se todas as vezes que brigarmos terminar assim, tudo bem! Ah é, a gente tá namorando! Ele disse que gostou de mim desde que me conheceu... E só pra constar, ele vai dormir aqui, mas nós vamos apenas dormir juntos, tá?! Então, tchau! Vai nessa Julie!
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