sábado, 30 de dezembro de 2017
A Gata Hipnotiza o Assistente
Minna, gomen, gomen! Eu sei que disse que esta fanfic poderia ser finalizada até o fim deste ano, mas ocorreram imprevistos que me impediram de escrever. Mesmo assim, darei continuidade a ela sem interrupções (ou seja, sem pausar para publicar um capítulo novo de outra fanfic), e depois começarei o ano de 2018 terminando fanfics que deixei em suspenso. Agora eu os deixo com mais 2 capítulos novos. Boa leitura!
Cap. 3
A Gata Hipnotiza o Assistente
Naquela noite fria de dezembro, com um aumento significativo de visitantes, Jessie Ryan pensou que poderia ser expulsa da casa de sua amiga pela primeira vez. Entretanto, embora não esperasse formar pelo caminho uma aliança de policiais e criminosos contra um rebelde pintor foragido, a conveniente presença do grupo parecia ser vantajosa, uma vez que havia testemunhas suficientes para provar o que estavam para ver.
Quando todos, finalmente, chegaram em seu destino, vislumbraram uma pequena casa longe do movimento da cidade; ou melhor, um templo situado na floresta, acima de uma escadaria longa marcada em início pelo seu toriivermelho. Tudo parecia calmo, até demais para o gosto de Hiroshi e Kei, amedrontados com a ideia de um fantasma aparecer. Foi quando um barulho surgiu do quintal, e a guia das visitas as levou ao local iluminado.
Uma sombra se projetou em dado momento, assustando alguns presentes, até que a britânica chamou pelo nome “Hitomi” e o ser se virou, apresentando-se como uma linda jovem com olhos heterocromáticos, sendo o da direita azul-esverdeado e o da esquerda âmbar. O que chamou mais atenção, porém, foi o par de orelhas sobre sua cabeça, tal qual a cauda, de origem felina, brancas como seus curtos cabelos lisos, movendo no vento.
Sua pele era menos rosada que o interior das orelhas, e seus seios menores que os da amiga ruiva, que por sua vez não atingia o tamanho dos de sua prima, Bridgit, mas sua pequena estatura a tornava fofa. Ao mesmo tempo em que desenrolava uma faixa branca da testa, deixando-a descer pela blusa preta, ela segurava a sua minúscula saia verde com babados na mão direita, e essa peça expunha uma calcinha escura como as meias 7/8.
A cena foi excitante o bastante para Nozaki travar onde estava, balbuciando coisas sem sentido conforme suas pupilas brilhavam, enquanto Inaba se mostrava animado.
- Ah, Jessie, você voltou. – a gata pousou os olhos primeiro em Lorenzo, logo atrás dela, e fez uma careta – Andou trazendo mendigos para casa de novo?
- Não! – Jessie riu e abriu passagem para todos serem vistos – São visitas valiosas. – foi então que a dona da casa avistou os lobos dentro do grupo, e sua expressão mudou de surpresa para apreensiva em segundos – Eles vão me ajudar a capturar Munir Kaifeng, mas primeiro precisamos falar com a Yumi, para que possa localiza-lo.
- Certo. Bom, é uma pena, a Yumi não está aqui. Mas podem esperar na sala. Então, eu sou Hitomi, proprietária deste templo abandonado, e sim, sou uma gata. Ou ao menos, tenho DNA de gato. Jessie e eu ficamos amigas há alguns anos, quando ela localizou este lugar e descobriu sobre nós. A propósito, as roupas que você me trouxe estão pequenas.
- Desculpe, eu devo ter medido errado. E por que tirou sua bandagem?
- Estou bem, o machucado já cicatrizou. Diga à Bridgit que saia da pose de alerta.
- É... Desculpe, eu estou confuso. – Kuniharu deu três passos à frente.
- Se fosse só você. – Gabriella brincou com uma sobrancelha franzida.
- Quem é você exatamente? – ele continuou – E disse “sobre nós”... “Nós” quem?
- Bom, eu prefiro explicar tudo quando todos estiverem presentes, então é melhor esperar a Yumi chegar. Ela é outra amiga nossa, que também mora aqui. Mas vocês até podem se adiantar, não é?! – a felina fitou a amiga estrangeira.
- Ah sim! – ela apresentou os convidados um a um, dizendo seus nomes e cargos, e acabou deixando Kei por último, provavelmente de propósito, para todos se voltarem ao assistente tentando entender a razão de estar suando frio – Kei-kun, você está bem? – em questão de segundos, o rapaz pulou sobre Hitomi, abraçando-a pelos ombros.
- Ah, você é tão fofa quanto eu imaginava! Inaba-san, olha o cabelo dela!
- É totalmente natural, eu posso dizer daqui! – o lobo respondeu empolgado.
- Nunca imaginei que pudesse existir uma garota gata! Você é a realização do meu maior sonho! – ele dizia encantado; contudo, o seu impulso deixou a moça extremamente constrangida, e assim que ela percebeu todos os olhares voltados para si, pisou no pé do jovem sem piedade, arranhando-o em seguida e indo se esconder atrás de Jessie.
- Se encostar em mim de novo, arranco seus olhos fora, SEU TARADO!
Enquanto o pobre Nozaki rolava no chão de dor e seu “sonho vivo” sibilava, para o pavor de alguns e a surpresa de muitos, surgiu outra criatura por trás da maior parte do grupo de costas. Seu rosnado ecoou antes de sair das sombras, então logo se mostrou um lobo branco e marrom, com olhos amarelo-ouro e garras afiadas. Mesmo tendo farejado aqueles humanos que pareciam consigo, o animal mostrou os dentes a todos os estranhos.
- ELES TÊM UM CÃO DE GUARDA! MAIS UM LOBO, UM LOBO ELE É! EU SABIA QUE ERA UMA ARMADILHA! – Don Valentino berrou em pânico, escalando Lorenzo – GABRIELLA! GABRIELLA, ATIRE NELE!
- Não, esperem aí! – Ryan ficou entre as visitas e o lobo de braços abertos – Ele não fará mal a vocês, eu juro! Fenrir é muito gentil!
- Então por que tem esse nome? – Kei questionou ao se levantar finalmente, irritado e tapando com a mão esquerda o rosto marcado por garras.
- Quem deu o nome foi Yumi. Ele só está nervoso porque sentiu o cheiro de pessoas estranhas, e ouviu a Hitomi gritar. Hitomi, venha cá mostrar a ele que você está bem! – a gata revirou os olhos e caminhou até o canino, passando a mão em sua cabeça, mas mesmo assim ele perdurou encarando os estranhos dando leves rosnados – Fenrir, eles são nossos convidados. Por favor, tenha modos. – a ruiva franziu o cenho e, inusitadamente, o bicho se calou, só não deixando de olhar o grupo – Acho melhor entrarmos; está frio aqui fora.
- De jeito nenhum eu vou ficar no mesmo lugar que um bando de lobos!
- Se chama alcateia, Don. – o homem com o saco na cabeça corrigiu.
- Lá dentro tem chocolate quente. – a estrangeira cantarolou e o bode refletiu.
- Bom... Se prometer que esse animal não vai atacar, eu posso mudar de ideia!
- Você também é um animal; está ignorando isto?! – Nozaki vociferou.
- Eu disse e repito: Fenrir não vai atacar vocês. Só evitem olha-lo nos olhos por um tempo, e não tentem correr se ele estiver encarando muito, nem façam qualquer ameaça. Fenrir tem o costume de colocar medo em todos que vê pela primeira vez, então não se preocupem se ficarem muito nervosos perto dele; é mais provável ele rir do que atacar se sentir cheiro de medo. – o lobo bufou nesse momento, como em confirmação.
- Ele é um sádico?! – alguns ouvintes perguntaram retoricamente com surpresa.
- Quem preferir, pode ficar aqui fora mesmo então. – Hitomi deu meia volta, sendo seguida por Jessie, e Fenrir esperou todos passarem para entrar por último na casa.
O interior daquele lar era aconchegante e modesto, como um refúgio secreto. E era o que aquele lugar representava na verdade. Após o lobo marrom deitar no chão, de frente para a lareira, e baixar a cabeça, a dona da propriedade sumiu por um corredor e deixou a amiga entretendo e alimentando as visitas com chocolate quente e biscoitos. Algo estava sendo feito na cozinha, mas ainda era cedo para o jantar.
Em pouco tempo, a gata branca voltou acompanhada de um garotinho, com cerca de doze anos, cabelos brancos curtos e picotados, olhos azul-gelo e uma pele pálida. Ele fitou o grupo na sala cuidadosamente após puxar as mangas de sua camisa cinza, sobre o short xadrez escuro, e coçou a panturrilha direita com o pé esquerdo, sendo que meias 3/4 pretas cobriam suas pernas. O cachecol índigo e nevado listrado parecia maior que o dono.
- Você é policial? – o menino questionou à Ogino, que lhe afirmou – Então por que a sua garganta continua intacta? – a pergunta estranha e aterrorizante fez todos se calarem por alguns segundos, até a jovem felina, sentada no sofá, dar uma risada.
- Jessie não deixou Fenrir mordê-lo. Ele faz parte das visitas. – a criança grunhiu.
- Quem fez a Tomi gritar? – os convidados se entreolharam e Kei levantou a mão, levemente constrangido – Nossa... Acho que Fenrir deve estar cansado para ter permitido que você continuasse com as duas mãos.
- Que fixação é esta a de vocês com a decepação? – o garoto deu um meio sorriso sádico em resposta, e foi quando Ryan saiu da cozinha de avental.
- Katsu! – ele pulou de susto e ficou, inesperadamente, acanhado ao vê-la encara-lo de modo repreensivo, segurando uma concha na mão direita – Que modos são esses? Seja educado, como eu sei que você é! Essas pessoas não vieram aqui arranjar briga, então apresente-se apropriadamente! – meio a contragosto, o pequeno obedeceu.
- Olá, boa noite. Sou o Katsu e tenho doze anos. É um prazer conhecê-los, yeah.
- “Ele não está nem tentando esconder a raiva!” – Nozaki constatou em pensamento – Bo-Bom, o que houve foi só um mal-entendido. Eu não sou tarado; é que eu adoro gatos.
- E eu pareço uma reles vira-latas que fica se esfregando em qualquer um que vê para receber agradinhos? – o rapaz passou um tempo a fitando de cima a baixo, sem dizer coisa alguma, o que a aborreceu – Pare de ficar me encarando, seu esquisito!
O sorriso sonhador dele sumiu no mesmo instante, como se uma flecha apunhalasse seu coração de modo nada romântico, e Hiroshi e Yuta acabaram o consolando. Foi nesse momento que Fenrir levantou a cabeça, chamando a atenção de todos, e três batidas na porta soaram. Jessie tomou a dianteira para atender, dando passagem a um atraente loiro e a pequena acompanhante loba à sua frente.
- Ogata?! – Kuniharu e Hiroshi se levantaram ao mesmo tempo.
- Oh, está todo mundo aqui! E aí pessoal? Ogi, seu tirano, você organiza uma festa e não convida nem a mim e nem a Stella?!
- Não estamos fazendo uma festa! O que está fazendo aqui?
- Eu pergunto o mesmo! – Don reclamou – Este lugar já tem muitos lobos!
- Bem, eu estava no hospital com a Stella, mas não achei justo o Ogi me mandar ir vigiar um criminoso enquanto saía numa investigação com o Hiroshi, então nós viemos.
- E como diabos vocês nos acharam? – Inaba perguntou irritado.
- Ah, uma enfermeira muito doce nos disse onde vocês estavam.
- Bridgit e sua língua comprida. – chiou Hitomi, e só então Yuzuki Ogata prestou atenção nos anfitriões da reunião, notando com surpresa as orelhas felinas da dona do lar.
- Mas... O que é que está acontecendo aqui afinal?
- Bem, há muitas coisas para serem ditas. – a britânica fechou a porta, se abaixando um pouco para ficar na altura de Stella – Seu nome é Stella, heim?
- Sim. – a tímida garota respondeu, se agarrando à perna de Yuzuki.
- Muito prazer. – a ruiva estendeu a mão – Meu nome é Jessie. Pode ficar tranquila que ninguém aqui vai te fazer mal, ok?! – acenando com a cabeça em acordo, a menina sorriu de volta e apertou sua mão – Que sorriso lindo você tem! Espero que possamos ser amigas. – ela se levantou em seguida – É um prazer conhecê-lo também, Ogata.
- O prazer é todo meu! – ele pôs as mãos dela entre as suas – Pode me chamar pelo primeiro nome, como quiser! Você é a prima da senhorita Bridgit, não é?! Eu sei porque as duas são lindas! A genética da sua família é maravilhosa!
- Solte ela, seu tarado! – o detetive rosnou em ameaça, bem como Fenrir, e assim a atenção do SP foi redirecionada para o lobo sobre quatro patas.
- Mas que criatura magnífica! Ei, ei, qual o nome dele? Venha aqui!
- Melhor não tocar no Fenrir, a menos que não tenha amor à vida. – alertou Katsu, olhando de soslaio para a loba no recinto e desviando a mira na sequência, com ansiedade.
- Já chega! Calem a boca, todo mundo, e se acomodem! – Hitomi cruzou os braços, esperando o grupo se ajeitar em círculo, e sentou, permitindo que cada um justificasse a sua presença no local – Então, a organização NORA é parceira do bando do bode?
- Não nos trate como simples criminosos! – Don replicou – Somos uma família!
- Eu só queria atirar no cara que bateu no branquelo e ir para casa. – Gabriella bufou.
- Bom, eu ainda não entendi uma coisa: – o lobo vermelho se pronunciou, virando-se para Jessie – se conhecia alguém capaz de encontrar o pintor ladrão, por que me pediu para continuar no caso? – a donzela sorriu calorosamente.
- Bem, bem, vamos com calma. Na verdade, eu precisava que todos me seguissem até aqui para encontrar Yumi pessoalmente. Existem muitas questões mal resolvidas que os envolvem, alguns simplesmente por estarem ligados aos lobos, mesmo que de maneira indireta. Considerando isto, admito que a fuga de Munir Kaifeng foi muito conveniente.
- Do que está falando? – Valentino perguntou – Ele não veio ao Japão pela minha vingança. – o ambiente silenciou por um tempo, e notando o que disse, o mafioso travou.
- Um momento... Foi você quem trouxe Kaifeng para o Japão? – Kuniharu indagou.
- EU?! NÃO SEJA RIDÍCULO! POR QUE EU FARIA ISTO? ESTÁ ERRADO!
- VOCÊ NÃO CONSEGUE DISFARÇAR, BODE! – Kei falou nervoso.
- Eu não estava sabendo disto. Na verdade, nenhum de nós. – a assassina da máfia informou, suspendendo seu líder pelo chifre esquerdo – O que está escondendo, Don?
- Nada, nada demais! Eu contratei o pintor para fazer um retrato da família, só isto!
- Don, que gesto sublime! – Lorenzo o pegou no colo e abraçou – Tão magnânimo, tão gentil! Seria uma honra ter um retrato pintado ao seu lado!
- Que coisa mais nojenta. – Yuta falou, com um sorriso incompatível à frase – Mas por que o pintor nocauteou o irmão asmático então? Era para economizar tinta?
- Yuta, seu veneno está escorrendo. – Nozaki brincou com certo receio.
- Bom, nós tínhamos que pegá-lo em frente à estação do metrô. – Natsuki confessou – Mas ele negou o trabalho de repente ao saber que Haruka-san era irmão do Hiroshi-san, então fugiu com Soumei-san gritando “yeah, minha obra prima vai nascer”.
- “Soumei-san” é aquele carneiro de pelúcia? – o policial Ogi questionou, recebendo a resposta afirmativa de alguns que balançaram a cabeça.
- Bom, se ele não quis correr o risco de encontrar com o Hiroshi, significa que esse Kaifeng tem medo de lobos? – Ogata cogitou em dúvida, fazendo Katsu rir.
- Se tivesse, ele não sequestraria o Presa Negra. – alguns presentes se assustaram.
- Como conhece esse nome? – Yataro indagou, e foi quando Fenrir começou a uivar.
- Ele está avisando que estamos aqui. – Hiroshi traduziu aos que ficaram assustados ou confusos com a reação súbita – Mas para quem? – as orelhas de Hitomi balançaram.
- Ah, é a Yumi. Voltou da caçada. – a resposta deixou os convidados mais nervosos, especialmente pela porta abrir segundos depois e uma sombra assustadora se projetar.
Continua...
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