A Dona do Pedaço

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Os Deuses Jogam os Dados

Esta fanfic, que eu amei fazer, foi criada com base na história de Eros (Cupido) e Psiquê. O título que dá nome à história, Doro, é a palavra grega dada para Dádiva. Espero que gostem.

Elenco:

Hyoga - Eros (deus do amor)
Eiri - Psiquê (mortal/deusa da alma)
Natássia (mãe de Hyoga) - Afrodite (deusa do amor/beleza)
Cristal - Hermes (mensageiro dos deuses)
Camus - Zéfiro (deus dos ventos)
Shunrei - Nix (deusa da noite)
Shiryu - Oráculo de Apolo
Ikki - Apolo (deus do sol)
Esmeralda - Deméter (deusa da agricultura)
June - Perséfone (deusa das flores)
Shun - Hades (deus do mundo inferior)
Seiya - Zeus (deus dos raios)
Saori - Atena (deusa da sabedoria)
Freya e Hilda - Irmãs de Psiquê
Hagen e Siegfried - Maridos das Irmãs de Psiquê

Título: Doro


Notas:
1: Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) não é de minha autoria.
2: As imagens usadas nesta fanfic não me pertencem, mas as montagens da capa e dos capítulos 3 e 4 foram feitas por mim.
3: Palavras em negrito (letras escuras) são para enfatizar algo no diálogo. Palavras em itálico (letras inclinadas) diferenciam nomes de origem estrangeira. Palavras maiúsculas (A-B-C) servem como grito para os personagens. Palavras entre aspas (") representam uma leitura, conversa por telefone, um pensamento ou referências a coisas já mencionadas. Palavras entre parênteses [( )] são acréscimos para a história, como comentários meus sendo narradora/personagem ou informações relevantes.
4: Aconselho assistirem pelo menos a primeira temporada (Saga do Santuário) do anime e acompanharem o filme "O Santo Guerreiro", para reconhecerem alguns personagens da série que serão retratados nesta fanfic.
5: Esta fanfic só está disponível para tradução em outras línguas. Sua publicação em outras áreas sem os direitos autorais é um caso de plágio.



Sinopse: Hyoga é um jovem deus levado, guiado pelos desejos de sua mãe ao controlar o mundo dos mortais. Um dia ele se vê preso à emoção que permeia no coração das pessoas, o amor, quando encontra em seu caminho a linda princesa Eiri. Mas seu relacionamento pode estar fadado a desgraça, pois à deusa Natássia desagrada muito que exista uma donzela com beleza equiparável (ou superior) a sua.

*Esta é a história de Eros e Psiquê como você nunca viu.

Cap. 1
Os Deuses Jogam os Dados


Bem-vindos, caros amigos. Por favor, acomodem-se. Para todos aqueles que se deleitam com uma boa história, animem-se, porque há uma que quero lhes contar. Esta aventura começa numa época mais antiga, quando duas almas descobriram uma na outra um poder tão avassalador que até os deuses passaram a respeitar. Mas não posso me adiantar, então vamos ao início, e todo início surge com o sorriso de uma criança.
Era um dia como qualquer outro na solene Grécia Antiga. Do alto Monte Olimpo, os deuses olhavam os mortais com atenção e dedicavam-se às suas tarefas do cotidiano, mas um pequeno deus teimava em manter-se fiel apenas à própria diversão, desafiando autoridades. A graciosa criança loira não era tão inocente quanto parecia.

- Hyoga, pare já de correr e vá dormir imediatamente! Quantas vezes mais será preciso ordenar? – a sua mãe, a deusa do amor, lhe gritava de novo naquele entardecer de dia, observando-o driblar suas tentativas de captura.
- Não te preocupas Natássia, eu embalo o sono de Hyoga. – Cristal, o mensageiro dos deuses, ofereceu-se, pegando em seus braços o levado menino durante a fuga – É hora de entregar-se à Shunrei, a deusa da noite, e fechar teus olhinhos, pequeno.
- Não quero dormir! – ele protestou, sacudindo suas asinhas para tentar fugir.
- Mas a noite foi feita para dormir, e tu não queres aborrecer tua amada mãe, certo?! – mesmo a contragosto, Hyoga aceitou se render e quando já estava em um sono profundo, deitado em sua cama, Cristal veio cobrir o seu corpo com uma manta branca, recebendo especial interesse de Camus, o deus dos ventos.
- Teus cuidados com o pequeno Hyoga são notáveis, Cristal. – ele disse sorrindo.
- E não deviam ser? Ele deve ser muito bem zelado. O deus do amor é a esperança da humanidade, assim disse Saori, e não há quem saiba mais que a deusa da sabedoria.
- E que esperança os de vida terrena devem ter, semeando e colhendo a discórdia?
- Tenha fé Camus, e quem sabe daqui a alguns anos nós vejamos os prodígios de Hyoga. Ele já tem muito talento correndo nas veias.
- Bem, então assim me manterei em espera, e quando o pequeno deus despertar eu estarei aqui, pronto a servi-lo.

E assim passaram-se os anos, e ali perto do Olimpo um vasto reino prosperava. Nele existia certo rei que tinha três filhas: Hilda, Freya e Eiri, sendo a caçula a mais bela. Sua beleza era tão extraordinária que até o vocabulário humano era incapaz de descrever e a fama grande o bastante para pessoas de lugares vizinhos irem, em romaria, vê-la e prestar-lhe homenagens apropriadas somente à deusa Natássia.
Assim os altares da ilustre deusa estavam cada vez mais vazios. Enquanto isso, os homens voltavam atenção e devoção à jovem virgem, que embora aceitasse os gracejos não gostava de nenhum dos seus admiradores. Passado mais um tempo, quando a moça chegou aos dezoito anos, Natássia ficou incomodada. Ela se ofendia com a exaltação da jovem mortal, que ainda recebia homenagens consagradas somente a divindades.
Muito irritada com aquela situação, a deusa decidiu fazer com que a jovem se arrependesse de sua beleza ilícita. Por esse motivo convocou o filho, Hyoga, travesso por natureza, e o importunou com as suas reclamações. Falou da donzela e de todo o seu desgosto, tentando conquistar um desprezo compartilhado.

- Querida mãe, por que dar tanta atenção à essa donzela? – questionou o entediado deus, já belo e forte rapaz com mira certa em suas flechas encantadas.
- Não é uma mera jovem! – Natássia esbraveceu, com um aceno de mão lhe mostrando Eiri pelo reflexo da água na maior fonte de seu jardim, enquanto a outra o prendia pelo rosto, para manter o seu olhar fixo na imagem – Meu querido filho, eu quero que castigues aquela beldade insubordinada. Conceda à tua mãe uma vingança tão doce quanto são amargos os danos que tem me causado. – Hyoga bem quis desviar, mas por algum motivo não podia deixar de olhar o rosto da mortal, motivando a mãe a fazer sua exigência – Infunde no peito daquela donzela insolente uma forte paixão por um ser desprezível, baixo e vil, para que colha, assim, uma mortificação tão grande quanto toda a glória e triunfo recebidos.

Então Natássia retirou-se e seu filho se preparou para obedecer às suas ordens. No jardim havia duas fontes menores, uma com água doce e outra com água amarga. Ele encheu dois jarros de âmbar, cada qual com a água de uma das fontes, e voou em disparada em direção ao quarto de Eiri nessa noite, encontrando-a dormindo. Devagar, derramou algumas gotas da água amarga com a ponta de sua seta.
Quando sentiu o toque a jovem acordou, com o olhar na direção que Hyoga se encontrava. Estando ele invisível não havia problema, mas o deus ficou tão surpreso que, na sua confusão, feriu-se com sua própria seta. Depois disso o único pensamento que vinha em sua cabeça era o de reparar o mal feito. Dessa forma, derramou algumas gotas aromáticas da água doce sobre os cabelos dourados e sedosos da jovem.
A partir daquele momento, Eiri, desprezada por Natássia, não poderia mais deleitar-se de nenhum benefício de sua beleza. De fato, todos os olhares voltavam para ela e todas as bocas elogiavam-lhe a beleza, porém não houve um rei, jovem da nobreza, ou mesmo plebeu que quis se apresentar para pedi-la em casamento. Seus encantos, embora provocassem abundância de bajulações, agora falhavam em despertar o amor.
Suas irmãs mais velhas já tinham casado com dois príncipes reais há muito tempo, Siegfried e o seu irmão Hagen, indo então morar juntas. O rei e a rainha se preocuparam com aquela situação, e temerosos que, involuntariamente, pudessem ter provocado a ira dos deuses, decidiram consultar Shiryu, o oráculo do deus do sol, Ikki. Enquanto isso, no Monte Olimpo, Hyoga preocupava-se também, mas com outro fato.
Ele não podia esquecer a linda e pura moça adormecida em seu berço enfeitado. Era apenas uma mortal, mas o seu coração lhe dizia o oposto. Assim, mesmo temendo contrariar sua amada mãe, ele bateu asas ao encontro de Shiryu. Com altivez, mandou-lhe dizer que revelasse aos futuros sogros sua pretensão de casar com a filha de destino certo, mas sobre a misteriosa forma de um monstro para ser entregue em sacrifício.
Obrigado a lhe obedecer e manter seu segredo, ele assim fez e esperou os pais da moça virem ao seu encontro.

- A virgem não está destinada a ser noiva de nenhum mortal. – disse-lhes então o induzido oráculo – Seu futuro marido a espera no topo da montanha. É um monstro que nem deuses nem homens podem resistir.

Ainda que desesperada com a previsão feita, a jovem entregou-se ao seu destino. Junto com os pais e o povo da cidade, ela subiu a montanha até os que a acompanhavam deixarem-na só, e com seus corações pesados retornarem para casa. Eiri permanecia no topo, temerosa, com os olhos lacrimejando, quando logo o gentil Camus suspendeu-a da terra. Surpresa, a donzela ergueu os olhos e o viu sorrir, estendendo cordialmente a mão.

- Não tema o desconhecido, jovem dama. Tu és afortunada e ainda não sabes.

Segurando-lhe a mão, ele a carregou com muita facilidade até um vale florido, onde a deixou pousar na grama com graciosidade. Pouco a pouco seu espírito irrequieto foi se acalmando e ela deitou-se na relva para dormir. Quando se despertou de seu sono, olhou à sua volta e viu um lindo bosque repleto de árvores magníficas. Fontes de água e belas estátuas decoravam o ambiente luxuoso.
“De certo, algum jardineiro de mãos zelosas deve estar protegendo o terreno dia e noite”, Eiri supôs. Caminhando pelo bosque avistou um lindo palácio, com a sua frente oponente. Lentamente ela foi adentrando o lugar. A cada passo que dava se surpreendia com a formosura da moradia, com suas ornarias, e no momento em que admirava todos os tesouros que havia naquele recinto, ouviu alguém.

- Jovem donzela... – diziam as vozes, e, no entanto, ela não via alguém por perto – Soberana dama, tudo que vês é teu. Nós, cujas vozes ouves, somos os teus servos e obedeceremos às tuas ordens com a maior atenção e diligência. Retira-te, pois, para teu quarto e repousas em teu leito, e quando tiveres descansado poderás banhar-te. A ceia te espera no aposento adjacente; quando te aprouver, ali te assentares.

A princesa logo atendeu às recomendações dadas por seus servos invisíveis; após banhar-se e repousar-se, sentou no aposento próximo, o lugar onde surgiu um banquete servido pelos criados. Mas Eiri ainda não tinha visto o marido que lhe estava destinado. À noite, enquanto estava admirando o maravilhoso bosque pela janela da sala, uma voz suave a chamou, e levada por ela a jovem chegou novamente ao seu quarto.
O ambiente estava escuro e as cortinas impediam a luz da lua cheia se fazer presente. Desse modo, a moça teve receio de adentrar no aposento, mas nesse instante um par de mãos macias a puxaram com delicadeza. De repente ela não sentiu mais medo, nem dúvidas, apenas segurança dentro de um abraço carinhoso e gentil. Não seria o causador da brisa que a carregou para o palácio, pois o toque parecia diferente.
Era um toque frio, mas ao mesmo tempo acalentador.

- Quem é? És tu, meu marido? – ela não via, mas aquela pessoa parecia sorrir de alguma forma pelo que podia ouvir.
- Sim, o teu marido, oh minha doce dama. Não te assustas Eiri. Sou o dono deste palácio, que ofereço a ti como presente de nosso casamento, pois quero ser teu esposo. Tudo aqui te pertence e tudo o que desejares será concebido. Camus, quem te conduziu, estará às tuas ordens. Ele fará tudo o que quiseres, bem como o teu conjunto de servos, e se não satisfeita bastas dirigir-se a mim.
- Agradeço-te pela recepção, como assim farei aos criados pela manhã, mas é tudo inesperado... Confesso estar assustada.
- Não precisas ter medo, pois meu único tenro desejo é protegê-la e tê-la de corpo e alma ao meu lado. Tens em mim um fiel guardião, amigo e amante. Eu só te faço uma exigência: não tentes me ver. Apenas sobre esta condição poderemos viver juntos e logo sermos felizes. – Eiri ergueu a cabeça.
- E qual teu nome, gentil desconhecido? – Hyoga aproveitou-se do toque afetuoso na sua bochecha direita e beijou-lhe a mão uma, duas, várias vezes.
- Minha querida esposa, pode chamar-me como quiser. Serei quem quiseres que eu seja. Pertenço-te agora e para sempre.

A princesa sentiu-se tocada por essas palavras e permitiu-se conhecer as delícias do amor, nas mãos do seu próprio deus do amor. Acalentada com as carícias e palavras românticas, Eiri deixou-se levar ao mais profundo êxtase até o torpor traga-la a um sono profundo, do qual seu amante misterioso compartilhou abraçando-a com firmeza bem na entrada da madrugada. Aquela fora uma experiência nova e maravilhosa para ambos.
Infelizmente, nenhum sinal de homem ou fera restava ao lado da moça na cama quando o calor do dia seguinte penetrou o aposento. Apenas o forte cheiro, um perfume inebriante de canela, restava para misturar ao seu de rosas.

Continua...

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