Cap. 1

Os outros membros desta fanfic me pertencem fora os protagonistas do anime e a Neon.

Esta fic foi inspirada no filme "Dormindo Fora de Casa".

Para quem já tiver lido, ou mesmo pros que ainda não leram, minhas outras fics ("Vermelho Cor do Amor" e "My Way is You"), houve algumas mudanças nos comportamentos de alguns personagens que eu tentei adaptar para um tom mais engraçado.

Eu fiz uma homenagem nesta fic para minha mais nova amiga, a ficwritter Vitoria (Vik-chan). Espero que goste.

Cap. 1

O Desafio da Noite

- Isso é muito injusto! Como acha que eu vou me virar aqui sem você?

- Você vai ficar bem Kelly, eu sei que vai. Não é o fim do mundo.

- É sim! Todas as minhas esperanças de ter uma vida social aceitável vão pro buraco, vão embora junto com você!

- Mas você não precisa de mim pra mostrar pra todo mundo como você é legal. Vai ver que o colegial não será tão ruim.

- Acha mesmo? Sabe o que acontece com uma garota que começa a fase de colegial do ensino médio sem namorado, sem status e sem a melhor amiga? É isso mesmo, NADA! Eu vou me recolher num canto perto da parede na sala de aula tendo que esperar que os professores de antes da hora do lanche nos encham de tarefas de casa e falem sobre sua vida social igualmente tediosa...

Kelly Nikoro é uma garota um tanto desconfiada e de pavio curto, de cabelos medianos da mesma cor dos olhos negros e de altura média. Seus pais são super protetores e também muito conservadores, procurando manter peças de gerações da família, como os vasos em sua casa, intactos. Os irmãos mais novos dela não têm tanto afeto por ela, mas adoram negociar suas coisas.

Já com quinze anos e prestes a entrar no colegial, Kelly acabou sabendo que uma de suas melhores amigas, Katrina Karita, terá que se mudar para outro país e pode não voltar mais devido ao emprego dos tios adotivos. Ela ainda está triste por ter que ser abandonada pela pessoa que mais lhe entende e frustrada por não poder fazer nada para impedir a viagem.

Katrina, por sua vez, é uma loira de cabelos longos, alta e bonita de olhos azuis que por um ano é mais velha que Kelly. Órfã desde seus cinco anos, com o acidente de trem que matou seus pais, sem irmãos e nem o conhecimento sobre os outros membros da família, ela teve que viver com um casal rico após fazer oito anos e precisou ter aulas particulares para não chegar atrasada.

Ótima aluna, Katrina agora tem dezesseis anos e ficou amiga de Kelly e de Gene Dilatam, a outra integrante do trio, desde que teve o ingresso na escola das duas e sempre andou junto delas, ajudando e também se divertindo com ambas. Mas no instante em que os tios receberam a proposta para irem agenciar uma banda novata e talentosa em outro país, ela teve que ser obrigada a deixá-las.

- Falando do lanche, olha só... – Katrina aponta para um jardim de frente pro corredor de baixo do colégio, com bancos brancos de madeira e árvores.

- O local de lanche do pessoal do colegial... – Kelly sorri de leve e vira o rosto em seguida, desfazendo o sorriso – É ali que eu vou sentar. – Katrina olha na direção de uma fileira de pedra elevada do muro do portão da garagem reservada para os carros dos professores e Cia, próxima a uma barraquinha de cachorro-quente ainda dentro do território do jardim, mas mais afastado.

- Vai sentar onde? – as duas escutam uma voz familiar e viram de costas.

- Gene! – sorriem e falam ao mesmo tempo.

- Oi meninas! – acena – Afinal, daqui a quinze minutos, será o final das nossas vidas de garotas simples e sem sal pra virarmos adolescentes colegiais!

Gene tem cabelos curtos e castanhos, como a cor dos olhos, é a mais baixa da turma e também a mais animada. Já que os pais estão sempre ocupados na lanchonete da qual tomam conta, sendo filha única, Gene sempre ganhou os privilégios de poder sair e se divertir sem o mesmo número de regras que são impostas pelos pais de Kelly para ela pra que os irmãos sigam o exemplo.

Gene adora suas amigas, mas mesmo com uma facilidade enorme para conquistar as pessoas ao seu redor ela nunca teve tantas amigas assim e por esta razão ainda prefere até hoje dar mais atenção aos bichinhos de estimação que cria em casa: um papagaio, um cachorro pequeno e um gato, criados todos juntos para não dar problema. Trabalha mais como o lado aventureiro do trio.

- É sim, eu estaria com a mesma empolgação que você se alguém não fosse sair do trio e nos deixar sozinhas nesse colégio cruel como uma dupla de zé-ninguém sem graça alguma.

- Nossa Kelly, que drama! Eu prometo que ligo pra vocês.

- Ligar não pode substituir a saudade que vamos sentir Katri! – Gene a abraça forte e ela retribui.

- Eu sei. Mas é por isso que vamos fazer a festa de despedida hoje à noite.

- É mesmo, o que me lembra que eu tenho que te dizer uma coisa. A Neon resolveu ir ao baile do colégio hoje.

- Resolveu é? – Katrina suspira – Como eu imaginei. Desde que ela deu uma reviravolta na vida dela e passou pro outro lado, o daquelas patricinhas nojentas, ela só faz tudo o que, quando crianças e amigas, combinávamos de fazer juntas, mas sozinha.

- Não liga, você tem a gente! – Kelly a anima e o trio ri.

Neste momento, ainda paradas do corredor, as três vêem andando com o skate de sempre o popular Killua. Kelly segue fielmente com seus olhos todas as manobras que o rapaz faz desde que saiu da quadra ao lado do jardim até parar no gramado do mesmo, cumprimentando os amigos sentados em um dos bancos: Korapaika e Gon. Ai as três dão um leve suspiro.

- Killua Zaoldyeck... – Kelly murmura e logo balança a cabeça indignada – Ele não é demais? E ele nem me vê! Eu sou invisível.

- Você fala... E eu? Agora que vou sair do colégio, como é que vou ter a chance de namorar o lindo do Korapaika? – Katrina cruza os braços – Faz um tempão que eu dou mole pra ele e ele nunca nota!

- Acho difícil isso acontecer especialmente agora.

- Eu sei Gene, acabei de falar que a mudança vai atrapalhar tudo!

- Não, quero dizer que é porque Neon vai ao baile com ele!

- O QUÊ? – as amigas gritam em uníssono.

- Ei, falem baixo! – Gene põe um dedo sobre a boca e retira – É o que todo o colégio anda comentando, então eu soube.

- Eu não acredito que ela fez isso! Aposto que ela sabia que eu gosto dele e resolveu fazer isso só pra me irritar, sabendo que eu já ia sair da escola!

- É provável, já que ela sempre quis te irritar... – Gene dá de ombros – O Gon nem me dá bola também, mesmo eu já tendo falado com ele várias vezes nem do meu nome ele lembra!

- Mais do que nunca agora nós precisamos dessa festa. – Kelly as encara – Vamos meninas, vamos direto pra minha casa.

O sinal bate e uma chuva de alunos cheios de animação invade todos os corredores em alguns segundos. Elas saem rindo pelo portão no fim do mesmo corredor onde estão e seguem por uma calçada longa em linha reta até virar na próxima esquina e dão de cara com a entrada da casa de Kelly, uma bela moradia com uma fachada branca e azul com um pequeno jardim ao redor.

Agitadas, elas entram depois de limpar os pés no tapete de boas-vindas e se deparam com a senhora Nikoro, uma mulher bem sorridente de quem Kelly puxou todo o rosto, carregando duas sacolas enormes para seu quarto, uma porta de frente para a mesa-de-jantar ao lado da sala por onde passaram. Ela vê as garotas e larga as sacolas encima da cama para ir até elas.

- Meninas, chegaram tão cedo! – aproxima-se de braços abertos.

- Sinto muito se estamos dando trabalho para a senhora, dona Nikoro.

- Ora essa Gene, bobagem. Eu adoro as amigas da minha linda filhinha!

- Mãe, por favor! – Kelly diz entre os dentes.

- Que sacolas tão grandes eram aquelas dona Nikoro?

- Ah, foi bom ter perguntado Katrina querida! – ela volta para o quarto e retorna com três blusas – Vejam que lindas, eu as achei em uma loja pela metade do preço e todas ainda estão na moda deste ano! – entrega uma para cada uma – É claro que eu aproveitei.

- Nossa, obrigada dona Nikoro. – Gene sorri, admirando a peça.

- Todas são realmente muito bonitas. Obrigada.

- Mãe, por que a minha blusa tem mangas tão longas e não tem decote nenhum? – Kelly vira e desvira a roupa.

- Não me agradeça. Achei a sua cara! Foi uma sorte, não é?

- Demais... – a filha dá um meio sorriso. As amigas tentam abafar o riso.

- Querida, cadê as minhas tintas? Eu não encontro.

- Já vou amor! Vão lá meninas, subam a escada que eu vou logo levar um lanchinho pra vocês, ok? – basta terminar e as garotas correm pro andar de cima, pro espaçoso quarto de Kelly.

- Nossa, a minha mãe é muito cega! Olha o que ela comprou pra mim da última vez. – Kelly coloca na cabeça um chapéu de babados e com cachorros.

- Espero que a seguir me diga que ganhou isso aos cinco anos de idade e o fato de poder usar ainda só é coincidência! – Gene ri e em seguida Katrina.

- Ela arrancou dez anos da minha vida pra paralisar o tempo naquela época. – Kelly joga o chapéu em um canto – Por que é que ela não aceita que eu não posso ficar criança pra sempre?

- No fim das contas até mesmo os pais adotivos são assim. – Katrina sorri – Mudando de assunto, por que seu pai estava pedindo tintas?

- A mamãe mandou que ele fosse arrumar a garagem enquanto ela sai com umas amigas esta noite. Dá pra fingir que ele nem estará aqui, já que de lá só vai dar pra escutar algum som se for do assoalho de madeira daqui de cima, e se nós ignorarmos a presença dos meus irritantes irmãozinhos vamos nos divertir muito na nossa festa-do-pijama!

Ambas riem e é neste instante que a dona Nikoro entra. Em pouco tempo escurece e assim que a mãe de Kelly sai seu pai se tranca na garagem e os seus irmãos no quarto. Elas ligam o som e começam a dançar e cantar, além de se fantasiar com todas as roupas, sapatos e as maquiagens que encontram no guarda-roupa. Após pedirem duas pizzas, tamanho família, a campainha toca.

- Neon? – Kelly se afasta enquanto ela entra sem nem pedir permissão e tranca a porta. Katrina e Gene olham com a mesma expressão confusa pra ela – O que está fazendo aqui?

- Eu mudei meus planos e marquei de ir mais tarde ao baile. As meninas e eu resolvemos fazer antes uma festa com vocês.

- Uma festa? – Gene repete. Neon sobe a escada e elas a seguem, confusas – Então cadê as outras?

- Lá fora. – Neon atende o celular – Tudo pronto?... Ok. – e desliga – Bem, o que estamos planejando é fazer uma gincana!

Continua...