
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Fábulas de Mache - Parte 3

Uma jovem passeia por uma praça e encontra um gato preto entre alguns arbustos. Vendo que está machucado, resolve levá-lo para casa e o deixa sobre a cama de seu quarto assim que chega, enfaixando sua pata ferida:
Me (menina) – Pronto gatinho, agora você ficará melhor.
G (gato) – Muito obrigado, você é gentil.
Me – Você fala?! Mas como? É um gato, não deveria dizer nada!
G – Na realidade não sou um gato, fui transformado em um.
Me – É difícil acreditar. Não deveria nem estar conversando com você!
G – Por favor, ajude-me! Em troca eu realizarei qualquer desejo seu.
Me – Mas como? Você é um mago?
G – Não, mas conheço uma fonte que pode ajudar nós dois.
Me – Está bem, guardarei meu desejo para depois. O que devo fazer?
G – A fonte fica no parque da cidade, do outro lado entre duas casas.
Me – Acho que me lembro do caminho... Mas não posso sair agora.
G – Esperaremos até de noite então, quando seus pais vão sair.
Me – Mas como te transformarei de volta?
G – Você deve jogar uma moeda na fonte, mas ela só atenderá um pedido.
Me – E por que você não pede?
G – Somente humanos podem fazer os pedidos; eu sou um gato!
Me – Já que é um pedido por pessoa, por que eu devo gastar o meu com você?
G – Já disse que se fizer isto eu me encarrego de realizar o seu.
Me – E como vou saber se não está mentindo?
G – Um gato de rua nunca mente!
Me – Você é de rua? É um mendigo?
G – Não exatamente. Sou andarilho, fui expulso de casa.
Me – E ainda pede que confie em você?
G – Só porque não tenho lugar para morar não quer dizer que seja desonesto!
Me – Ainda tenho minhas dúvidas...
G – Sou grato por ter me ajudado, e em troca vou satisfazê-la agora.
Me – Está bem, aí ficaremos quites mais tarde.
G – Então, o que você quer?
Me – Traga-me meu doce favorito na padaria por onde passamos.
Dito isto, ela amarra a fita de seu cabelo com um caixinha com o dinheiro no pescoço dele e o gato pula os telhados até retornar com a missão. Pela noite, sem ninguém em casa, ambos saem e se dirigem até a fonte:
Me – Eu desejo de coração que sobre o gatinho acabe a maldição.
A luz cegante que cerca o local transforma novamente o gato em um belo rapaz. Sorrindo, ele toca seu rosto:
M (menino) – Obrigado. Qual o seu desejo?
Ainda surpresa pela visão do que acabara de ocorrer, ela fixa seus olhos nos dele e segura sua outra mão:
Me – Se importaria de ficar comigo?
M – Que egoísta! Não acha que é pedir demais?
Me – Estou realizando dois desejos seus!
M – Tem razão. O egoísta sou eu.
Rindo, ela vira e joga outra moeda dentro da fonte.
Moral: Uma ação, quando realizada sem segundas intenções, tem maior recebimento. Assegure-se de saber se os lucros serão os mesmos para ambos.
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