
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Fábulas de Mache - Parte 1

Em uma casa grande e silenciosa, o telefone da sala toca:
M (menino) – Alô?
Uma voz mansa e suave responde do outro lado da linha:
Me (menina) – Olá!
M – Quem é?
Me – Sou eu, a “Felicidade Iludida”...!
M – O que você quer?
Me – Dizer que te amo.
M – De novo? Eu já ouvi isso mais de 15 vezes, você não se cansa?
Me – Quem ama não cansa.
M – Mas eu canso... Eu não amo você!
Me – O QUÊ?
M – É isto mesmo, por isso me chamo “Ilusão do Amor”!
Neste exato momento, uma lágrima corre pela face da garota até desabar só no chão de seu quarto:
Me – Como você pode dizer isso?
M – Dizendo ora, não devo nada a ninguém.
Me – Deve sim, deve-me seu amor!
M – Há; amor?!
Me – Sim! Você me fez voar tão alto, e agora diz que não me ama?
M – Você deve estar ficando louca...
E as lágrimas, insistentemente, não param de rolar:
Me – Eu estou louca sim, mas porque acreditei em você!
M – Você sabia que era só amizade, não é?
Me – É claro que não! Você veio falando coisas românticas, me fascinando com palavras... Você ainda me deu um beijo!
M – Um beijo? Aquilo nem foi um beijo!
Me – Não foi? E o que foi então?
M – Um selinho.
Me – E um selinho não é um beijo?
M – Não.
Me – Quer dizer que não significou nada para você?
M – Significou.
Me – O quê?
M – Uma menina a mais no final do mês! Agora vou desligar.
Me – Não, por favor!
M – Por quê?
Me – Porque eu te amo!
M – Qual o valor que você me dá?
Me – Felicidade.
M – Eu espero coisas materiais.
Me – Eu vou ser sua!
M – Isso não vale. Quanto você custa?
Me – Por que esta pergunta?
M – Porque se eu enjoar vou poder te colocar na Bolsa de Valores.
Me – O que eu fiz para você me tratar assim?
M – Me amar! Agora vou desligar mesmo.
Me – Não, por favor, não desligue!
M – Quer parar com isso! Não enche!
Me – Não desligue o telefone, fala comigo! Pelo amor de Deus, diz que me ama, nem que seja só uma vez!
M – Escute aqui, eu já estou farto de você! Agora vê se me esquece, se toca!
Me – Eu prefiro morrer a te esquecer!
M – Ah é? Então se mata!
Me – Por favor, não faça isso comigo! Eu te amo!
A última coisa que ela escuta dele naquela tarde é o som do telefone mudo em resposta. No dia seguinte, em um cemitério, algumas pessoas se reúnem ao redor de um túmulo aberto:
C (curioso) – Do que morreu esta jovem, enfermeira?
E (enfermeira) – De intoxicação. Provavelmente tomou várias quantidades de vários remédios diferentes.
C – Pobrezinha... Ela tinha algum problema?
E – Sim, sofria de amor!
E então, no momento do enterro, o rapaz que ela amava comparecia no local. Prestando sua última homenagem, jogou uma rosa vermelha encima do caixão e depois falou baixinho:
M – Eu te amo...!
Lá de cima, olhando tudo, ela respondeu para si e aos ventos que soprava:
Me – É tarde demais...
Moral: Nunca deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. Se você ama uma pessoa, diga a ela! Amanhã pode ser tarde demais...
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